Powered By Blogger

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

III Festival da Canção UVA‏




Nos dias 26 e 27 de outubro, na margem esquerda do rio Acaraú, em Sobral aUniversidade Estadual Vale do Acaraú, o Governo do Estado do Ceará e aPrefeitura de Sobral realizam o III Festival Universitário da Canção - UVA. O Festival será uma mostra do talento musical de estudantes e professores universitários e é aberto a participação de compositores de instituições de ensino superior de todo o país.
As inscrições estão abertas até 11 de outubro. Informações no 88.36116990 ou pelo www.uvanet.br
Inscreva sua canção e mostre o seu talento.
Parceiros: INTA, IADE, IDECC, IDJ, IVA, IFCE, SESC e CDL.

III Conferencia da Juventude - Sobral - 2011‏




Neste sábado (01) no Centro de Convenções de Sobral acontecerá a III Conferencia da Juventude, que reunirá centenas de jovens para discutir propostas para a politica sobralense. Será uma oportunidade do jovem expor seu ponto de vista sobre vários assuntos de relevante importância na politica sobralense!
Mais informações pelo Site: comjuvsobral.blogspot.com 

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Grande Show com o cantor Lenine em Sobral !!

“O PT é a esquerda que o Brasil conseguiu ter”


Revista Caros Amigos

Entrevista Lincoln Secco
O professor da USP acaba de lançar livro em que analisa a trajetória do PT e fala sobre o papel de Lula na história da agremiação

Por Júlio Delmanto

“O PT ampliou o seu discurso para cima (burguesia) e para baixo e conquistou parte das classes desamparadas. Assim, não podemos negar que Lula e o PT tiveram a capacidade de compreender as contradições sociais de seu tempo. Eles encontraram a forma na qual as contradições podiam se mover. E este é, no fim das contas, o método pelo qual elas são resolvidas segundo disse Marx. Ao menos até o instante em que o leito em que adormecem os conflitos se torne estreito demais para acomodá-los.”
O parágrafo final do livro História do PT (Ateliê Editorial), de Lincoln Secco, professor da matéria desde 2003 na USP, resume bem o tom e os objetivos da obra recém publicada. Como aponta o autor, não há uma história do Partido dos Trabalhadores, nem mesmo uma oficial feita pela agremiação que governa o país desde 2002.
A partir de um olhar que “não se pretende nem oficial nem de um dissidente”, é a complexidade da trajetória de um partido que nasce negando as vanguardas e o Leste Europeu, em meio a diversidade de formas políticas que voltaram a ganhar fôlego com o ocaso da ditadura configura- se com uma inédita convivência de tendências e com o tempo acaba colocando como horizonte organizador da vida partidária não mais estas tendências, mas os parlamentares e o jogo institucional que Lincoln Secco (autor também de Caio Prado Júnio – o sentido da revolução – Boitempo) apresenta e analisa em seu novo livro, e sobre a qual conversou com a Caros Amigos na entrevista que segue.
Caros Amigos - Em primeiro lugar, gostaria que você comentasse o que o motivou a escrever esta história do PT. Nota-se que há preocupação em que o livro seja leve e acessível ao público em geral, para além da academia, gostaria que comentasse essa opção também.
Lincoln Secco - Eu notei que não havia uma história abrangente do PT e que agora era o momento de alguém fazer isso, porque o PT passou por todas as fases possíveis, das greves do ABC paulista ao governo do Brasil. Eu também fui testemunha ocular de algumas coisas, embora na base do partido. Assim, pude ver bagrinhos de ontem tornarem-se os capas pretas de hoje, como se diz no jargão petista. Numa condição assim, eu nem poderia fazer uma obra estritamente acadêmica. Além disso, eu acho que a história do PT pode ser lida de maneira mais equilibrada pelos jovens que nem tinham nascido em 1989, por exemplo, e por um público amplo, politizado, mas nem sempre partidarizado.
Em diversos momentos do começo da história do PT você tem o cuidado de ressaltar o número de vezes em que a palavra “socialismo” é pronunciada, em encontros e documentos, por exemplo. É possível dizer que o PT nasce como um partido socialista?
Ele nasce como espaço em disputa por muitas tendências socialistas ou não. Florestan Fernandes achava que o PT era operário e socialista, ainda em 1990. Ele tinha que dizer isso, porque estava disputando o PT. Eu sempre fui admirador dele no partido e ainda penso que ele foi o intelectual mais importante que o PT teve. Mas hoje, vejo que o PT nasceu com linguagem radical e extraparlamentar até que se tornasse o contrário disso por volta de 1990. Ou seja: o futuro do PT não estava definido em 1980, mas uma vez que o caminho trilhado se completou, nós podemos vê-lo como uma típica trajetória social democrata.
Em seu livro notam-se algumas datas chave na história do PT, como 1978, 1984, 1989, 2002 e 2005. Algum destes momentos pode ser destacado como mais marcante nesta trajetória?
É difícil escolher. Mas eu apontaria dois muito próximos: a chegada de Lula à presidência em 2002 e a crise do PT em 2005, quando pareceu que Lula poderia ter sofrido um impeachment de consequências mortais para o partido.
Você destaca muito o papel, retórico e prático dos núcleos de base na trajetória do PT, especialmente nos anos 1980. A perda de importância dos núcleos é causa ou consequência da crescente priorização da via eleitoral na vida do partido?
Esta é uma excelente questão, porque ambos os processos andaram combinados. Eu diria que um alimenta o outro. Como eu mostro no livro, os núcleos do PT não desapareceram. Eles estão aí ainda hoje. Por outro lado, mesmo no início eles tinham dificuldade de influenciar a vida partidária. A tensão dialética entre o impulso eleitoral e a força militante se resolveu na forma de um partido ao mesmo tempo parlamentar e hegemônico nos movimentos sociais. Mas lembremos que a burocratização não foi só do PT. Não ocorre o mesmo com a CUT e, em menor medida, com a UNE e o MST?
O PT teve, desde seu início, forte ligação com movimentos sociais. Como você avaliaria o peso de movimentos como CUT e MST na história do PT? O partido sempre criticou a tática de movimentos serem utilizados como “correia de transmissão” de ideais partidários, é possível dizer que, com o tempo, o próprio PT acabou atuando desta forma em relação aos movimentos sociais?
O que aconteceu é que os movimentos sociais também se submeteram à lógica da sociedade que os acolheu. Assim como o PT foi se inserindo na Ordem, os movimentos também foram. A situação mudou em 2002. Ali, sim, os movimentos se submeteram, mas não ao PT e sim ao Governo Federal. O próprio PT submeteu-se inteiramente ao governo.
Qual o papel que a derrota nas eleições de 1989 tem na trajetória subsequente do PT? Caso Lula vencesse, seria possível governar o país com as proposições e a conjuntura daquele momento?
Como historiador, eu devo dizer que só em circunstâncias muito específicas me interessa o que deveria ou poderia ter acontecido. Esta é uma delas, porque nos faz pensar nas vias que a esquerda tentou para chegar ao poder na América Latina. É provável que a um hipotético Governo Lula, em 1990, fosse um fracasso do ponto de vista econômico e terminasse desmoralizado pela inflação, embora não por corrupção, como aconteceu com Alan Garcia no Peru. Mas o que importa é o fato de que a derrota foi importantíssima para que o PT escolhesse de vez o caminho da integração à Ordem estabelecida, até mesmo expulsando as tendências que não concordavam com o aggiornamento.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Tudo sobre Cordel com Léo Medeiros

O grande cordelista sobralense Léo Medeiros, que compôs vários cordéis e musicas, abre uma serie de entrevistas que acontecerão durante o aniversário de 1 ano do BLOG DO YAGO BRASIL!!




  1. O que é um cordel?
Segundo o Francês Raimond Cantel um grande pesquisador francês que possuía mais de 15 mil folhetos de cordéis de diferentes países o cordel quer dizer: “poesia narrativa popular impressa”. Mas acredito que a definição vai além dessa dada pelo francês, uma vez que você pode escrever uns versos cantar para alguém e não publicar ou mesmo postar na internet.
  1. Qual a origem do cordel?
Pelo o que eu sei ele tem origem européia. Existem relatos que o cordel nasceu na Alemanha, Inglaterra e depois se espalhou pela península Ibérica: Portugal e Espanha, através dos nossos colonizadores o cordel chegou no Brasil.
  1. Como se cria um cordel?
Primeiro de tudo você precisa de um tema para trabalhar os versos, depois obdecer as três regras básicas que constitui um cordel: Métrica, rima e oração
  1. Como se confeccionava um cordel no passado? E o que mudou com a tecnologia?
Antigamente era produzido em máquinas tipográficas e ilustradas com figuras e xilogravuras. Hoje está mais moderno com as máquinas offsets e máquinas de Xerox, se cria uma arte e a mesma serve para ilustrar o tanto de capas que se desejar.
  1. Quais os principais cordelistas da atualidade?
Gonçalo Ferreira da Silva (presidente da Academia Brasileira de Literatura de Cordel), Manoel Monteiro, Arievaldo Viana, Klevisson Viana, Rouxinol do Rinaré, Azulão...
  1. Que obra você destacaria como a mais importante?
Pense numa pergunta difícil, mas destaco uma que foi escrita em 1904 e ainda hoje é bastante lida e comercializada: Pavão Misterioso de José Camelo de Melo Resende
  1. Quais temas podem ser abordados em um cordel?
O cordel aborda todos os temas possíveis, qualquer assunto possível é tema para a confecção de cordel. Futebol, amor, política, religião...
  1. Quais os tipos de cordel?
Existem mais de 30 modalidades ou forma de escrever um cordel, mas as mias usadas são: Sextilha, setilha, oitavas, quadras e décimas.

Sextilhas – estrofes de seis versos
As gotas da inspiração
Vêm duma nuvem saudosa
Que paira sobre o poeta
Perfuma a rima com rosa
Depois espalha o odor
No final de cada glosa.

Léo Medeiros
Sobral, 12 de agosto de 2007.

Setilha - estrofes de sete versos

Ontônia de Carabina
Ô peste linda do cão
Os zoiá dessa minina
Parte quarqué coração
Parece inté o luá
Quilariano um pumá
Em noite de escuridão.

Léo Medeiros

Quadras – estrofes de quatro versos

Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Gonçalves Dias



Décima - estrofes de dez versos

Passeando na campina
Verdejante do inverno
Vi o sol trocar o terno
Vestindo a negra cortina;
Uma ave de rapina
Rainha do “alvoredo”
Lamentava num rochedo
A falta de claridade
Chora a noite com saudade
Do sol que dormiu mais cedo.

Glosa: Léo Medeiros
Sobral, 13/02/2008.



  1. Há quanto tempo você trabalha no cordelismo?
Escrevo cordel desde os 8 anos de idade, desde o quinto ano no colégio, eu já apresentava trabalhos em forma de cordel, mas só vim a publicar meu primeiro trabalho em 2001, o cordel As Gêmeas do Pacujá.